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Cultura de proteção de dados: por onde começar?

Você sente dificuldades em conscientizar e ajudar seus clientes a seguirem uma cultura de proteção de dados? Neste artigo, vamos abordar várias práticas que podem ajudar no estabelecimento de uma postura proativa de defesa da informação.

Além disso, vamos explorar o passo a passo para o desenvolvimento dessa cultura e que pode ser seguido em qualquer corporação, não importa seu grau de maturidade em segurança cibernética ou porte.

Por que é importante ter uma cultura de proteção de dados?

Ter uma cultura de proteção de dados é fundamental para empresas e negócios em geral, independentemente do tamanho ou segmento em que atuam. Essa prática é essencial para manter a confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações de uma organização, além de zelar pela privacidade e pelos direitos dos titulares dos dados.

Abaixo, listamos alguns motivos pelos quais é importante ter uma cultura de proteção de dados e que podem te ajudar a convencer clientes mais resistentes.

Vantagem competitiva

Empresas que possuem uma cultura de proteção de dados bem estabelecida estão em vantagem competitiva em relação às suas concorrentes. Isso porque os clientes estão cada vez mais preocupados com a privacidade e a segurança de suas informações pessoais. 

Empresas que se destacam no cuidado e na proteção dos dados dos clientes, parceiros e fornecedores ganham mais confiança e credibilidade no mercado. Visto que é crescente a preocupação com essa questão e um parceiro que não preza por esse quesito pode prejudicar toda uma cadeia de processos e serviços.

Pessoa que defende a cultura de proteção de dados
Uma cultura de proteção de dados e privacidade oferece mais segurança aos clientes e investidores.

Compliance e LGPD

Uma das maiores vantagens em estabelecer uma cultura que preza pela privacidade e proteção dos dados é estar em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Requisito essencial para empresas que lidam com informações pessoais e sensíveis, além de ser uma forma de proteção contra sanções administrativas e multas. 

Além disso, zelar pelos dados cedidos por clientes, fornecedores e parceiros contra incidentes de segurança garante a proteção de todos os sujeitos e evita maiores danos a todos. 

Além disso, estar em conformidade com a legislação fornece maior segurança para os titulares dos dados. Em um incidente de vazamento, por exemplo, a exposição não tem prazo definido, já que uma vez na web, nada garante a proteção contra replicação e comercialização ilegal das informações.

Existem diversas medidas protetivas, adequadas à LGPD, que podem minimizar riscos desse tipo de incidente e permitem respostas mais efetivas em casos de exfiltração e sequestro de informações.

Holograma fazendo referência à importância do compliance.
Estar em compliance com a LGPD é importante em uma cultura de proteção de dados.

Daqui para frente, vamos ver os principais passos que podem auxiliar MSPs e empresas na implementação. Vamos lá?

Avaliação de riscos e vulnerabilidades

Uma cultura de proteção de dados só pode ser implementada a partir do conhecimento das vulnerabilidades que uma instituição possui. Por isso, é essencial começar este processo pela avaliação de riscos.

A análise pode se bastar em processos isolados ou ser generalista. Independentemente da abordagem, o primeiro passo do levantamento é a listagem de possíveis ameaças envolvendo os ativos e as atividades relacionadas ao negócio.

Depois, para entender como abordar as possíveis ameaças, é o momento da classificação dos riscos. Esse movimento é essencial para compreender a gravidade, levando em conta a probabilidade de que a ameaça ocorra e os possíveis impactos causados.

Só então será possível priorizar e definir as medidas cabíveis para cada situação. Esse processo deve ser entendido como uma atividade contínua, pois novas ameaças podem surgir a qualquer momento. Ainda mais quando os sistemas e processos da instituição estão em constante evolução, mesmo em pequenas empresas.

Identificação e categorização de dados

Para realizar a identificação e categorização dos dados, é importante que sejam definidos critérios claros para classificar as informações. Além disso, referente aos dados pessoais, uma alternativa eficiente é optar por seguir a classificação estabelecida pela LGPD, a saber:

  • Dados pessoais: nome e sobrenome; data e local de nascimento; RG e CPF; retrato em fotografia; endereço residencial; endereço de e-mail; número de cartão bancário; renda; histórico de pagamentos; hábitos de consumo; dados de localização; endereço de IP; cookies e número de telefone.
  • Dados pessoais sensíveis: informações que permitam a discriminação dos proprietários, como origem racial ou étnica; convicção religiosa; opinião política; filiação a sindicato ou à organização de caráter religioso, filosófico ou político; dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural, de acordo com a própria legislação.

É possível que outras informações também sejam consideradas sensíveis, dependendo do contexto da empresa e do tipo de serviço que ela oferece. Em seguida, é importante implementar medidas de segurança adequadas para protegê-los, que podem incluir a criptografia, a implementação de firewalls e a utilização de sistemas de gestão de acesso.

Implementação de uma Política de Segurança da Informação eficiente

Para implementação e fortalecimento de uma cultura de proteção de dados, é imprescindível a criação e utilização da Política de Segurança da Informação (PSI) de forma geral nas instituições.

Holograma com cadeado mostrando proteção em cibersegurança.
Uma PSI auxilia na proteção dos ativos digitais e na redução de riscos com incidentes.

Esse documento deve contemplar os procedimentos a serem adotados em relação à gestão dos dados, incluindo as medidas de prevenção, detecção e resposta a incidentes. 

É importante que essa política seja de conhecimento de todos os colaboradores da empresa e que haja um compromisso de aderência às normas estabelecidas. Para isso, as melhores medidas são a conscientização e o treinamento dos colaboradores.

Vale lembrar que, uma vez instaurada, a PSI precisa passar por revisões sempre que necessário. Para isso, o monitoramento e a avaliação constante das políticas são necessários.

Plano de resposta a incidentes

A implementação de um plano de resposta a incidentes eficaz é fundamental para minimizar o impacto de uma ocorrência infortuna e reduzir os danos causados à organização, aos clientes, fornecedores e parceiros.

O plano deve incluir procedimentos claros e detalhados sobre como identificar, avaliar, responder e comunicar um incidente de segurança. Ele deve ser regularmente testado, atualizado e revisado para garantir que seja eficiente.

Além disso, é essencial envolver a equipe da empresa no processo de implementação e manutenção do plano de resposta a incidentes, incluindo a definição de responsabilidades dos atores e a realização de treinamentos regulares. Isso garante que todos estejam preparados e saibam como agir em caso de ocorrência.

Conscientização de colaboradores

Fundamental para o fortalecimento de uma cultura de proteção de dados efetiva, a conscientização de colaboradores precisa ser um dos alicerces da cibersegurança. Muitos dos incidentes ocorrem por falhas humanas, como o compartilhamento indevido de senhas ou a abertura de e-mails do tipo spear phishing.

A conduta dos colaboradores pode causar um impacto considerável na segurança das informações de uma instituição. Porém, é preciso ter cautela e envolvê-los de forma responsável, incentivando o relato de qualquer incidente ou suspeita de ameaça.

Medidas de proteção e controle de acesso

Os controles de acesso podem ser implementados em vários níveis. Dentre as práticas mais comuns, podemos citar:

  • Utilizar senhas seguras e atualizá-las periodicamente;
  • Criptografar dados em trânsito e armazenados;
  • Controlar o acesso por níveis hierárquicos;
  • Monitorar atividades suspeitas;
  • Estabelecer políticas de backup e recuperação de dados;
  • Restringir a instalação de software não autorizado;
  • Controlar o acesso físico aos ambientes de TI;
  • Certificar e atualizar softwares e sistemas operacionais.

Além disso, por mais que possa ser óbvio dizer, a segurança física da instituição é essencial. Isso inclui medidas como controles de segurança às instalações físicas, proteção contra desastres naturais, furtos e roubos de equipamentos.

Imagem mostra recursos de controle de acessos.
O controle de acesso é uma das medidas protetivas mais importantes em qualquer instituição.

Testes periódicos e auditorias

Para o reforço de uma cultura de segurança e privacidade de dados, é importante entender a efetividade de todas as práticas envolvidas nos procedimentos. É aí que entram os testes e as auditorias, capazes de avaliar os esforços e fornecer informações valiosas para oportunidades de melhoria.

Os testes periódicos podem incluir a simulação de ataques cibernéticos, testes de penetração, além da avaliação de vulnerabilidades em sistemas e aplicações. Já a auditoria de segurança da informação pode ser realizada nos mais diversos usos de tecnologia abrangentes, assim como nas políticas implementadas na instituição.

Ferramentas de segurança da informação

Existem diversas aplicações que podem ajudar no cotidiano de prestadores de serviços gerenciados a ter uma rotina mais eficiente. Elas também são ótimas aliadas na implementação de uma cultura de proteção de dados, algumas já foram listadas neste texto, como firewalls, uso de criptografia e sistemas de gestão de acesso.

No entanto, diversas outras podem ser implementadas, tais como:

  • Ferramentas de análise de log;
  • Ferramentas de gestão de configuração;
  • Ferramentas de encriptação de e-mail;
  • Sistemas de Detecção e Prevenção de Intrusão (IDS/IPS);
  • Sistemas de backup corporativo.

Vale entender qual o contexto da empresa e aplicar as estratégias que foram mais condizentes com cada uma.

A caminhada para a implementação e manutenção de uma cultura de proteção de dados e privacidade é contínua. No entanto, estes esforços permitem às empresas aumentar a confiança dos clientes, melhorar a reputação no mercado e evitar penalidades legais.

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